O vento uivava, carregando o salgado aroma do mar e o frio cortante do inverno sobre o cais movimentado. O ritmo compassado de cascos sobre a pedra ecoava entre os guinchos das cordas e o barulho rouco das ondas quebrando contra os cascos dos navios. Uma jovem, montada em uma égua negra de pelagem brilhante – Lady – cortava o cenário com a elegância de uma flecha. Sua capa vermelha, esvoaçando ao vento, contrastava vividamente com o branco imaculado do seu vestido, cintado por um corset adornado com laços vermelhos que pareciam vibrar com a própria energia do frio. Cabelos loiros, como fios de ouro derretido, caíam-lhe sobre os ombros, emoldurado por um rosto delicado. Seus olhos, cinzas como o mar em dia tempestuoso, observavam tudo com uma frieza calculada. Lady parou com um suave relincho, a respiração branca se misturando à névoa que pairava sobre o porto. A jovem, deslizou graciosamente do dorso da égua, o movimento fluido e preciso de quem está acostumada à intimidade com a montaria. Lady, paciente, permaneceu ao seu lado, como uma sentinela fiel. Rune, com um gesto delicado, acariciou o pescoço da égua antes de se voltar para a agitação do porto, a capa vermelha se movendo levemente, como se antecipando aos eventos que estavam por vir – Olá, viajante. Rune é o meu nome, e esta página, meu santuário. Sim, sou uma bruxa. Não, não vou te transformar em um sapo (ainda). Mas sinta-se à vontade para tentar me irritar. Vai ser divertido.

"Rune acredita que mesmo para o mais feroz dos dragões, existe uma maçã assada capaz de acender o amor verdadeiro. Mesmo que isso signifique queimar os próprios dedos."

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